Recalcular sua própria rota

A pouco tempo descobri tantos nós na minha cabeça, sempre fui elogiada por ser eu mesma, por ser autêntica, mas sabendo o significado disso, entendi que pra ser realmente autêntica e afinada com minha essência ,eu talvez precise sacrificar muito excessos, muita gente, imergir em mim,pra entender com o quê ,e com quem eu realmente me importo, não consigo mesmo descrever o quanto tudo tem sido difícil pra mim, porque estou me desfazendo de muito; pessoas, sonhos instalados, sentimentos inúteis que sempre pensei que me protegiam. Ao mesmo tempo tão bom, uma nova aurora que mesmo com oscilações, pausas e distrações reverbera e ecoa o grito de um desejo intenso e brilhante por consertar meu cérebro quebrado, e quebrar maldições que outrora eu tinha enterrado. Outra coisa, foi entender que nada se concerta de fora pra dentro… e de repente minhas metas passaram de “ emagrecer 10 kgs” a “ organizar meus pensamentos” , de “ me formar logo” a “entender o que tem significado pra mim”. No meu caminho, cada elogio me distraiu, pois era o que achavam de mim e não o que eu sentia sobre mim mesma, o excesso de conselhos de quem eu amava e não amava me influenciou e sujou meus desejos mais profundos. Estive distante do meu coração e morando junto do medo. Me culpei mais do que qualquer ser humano merecia, culpei meus pais, me lamentei sobre minha história, condenei a mim mesma, mas expulsei esses demônios da minha mente, e eles fazem falta pelo costume de uma vida inteira, não os quero de volta mas entendo que alguns irão me revisitar. Manter uma solidão constante tem me purificado da absorção do que é desafinado e alheio a mim, as poucas pessoas que quero perto de mim, são essas profundas de mais pra entender que sou festa, mas também sou mergulho escuro e profundo, essas que entendem que eu preciso tirar a roupa de maneiras literais e metafóricas, pra coexistir, que eu anseio pela verdade que os sentimentos rejeitados detém, ainda que fora do meu senso estético.